terça-feira, 22 de novembro de 2011

CRISE ECONÔMICA PROVOCA DANÇA DAS CADEIRAS NOS GOVERNOS EUROPEUS

Eleitores puniram seis governos europeus pela crise
Sara España - El Pais
Em Madri (Espanha) Os eleitores não perdoam. Desde que começou a crise, os partidos no governo foram caindo nas urnas sem importar que fossem conservadores ou progressistas. Desde maio de 2010 os governos de seis países da Europa, incluindo a Espanha, perderam as eleições gerais e em alguns casos com os piores resultados das últimas décadas. A lembrança das últimas eleições nos Estados vizinhos já fazia prever a derrota contundente do PSOE em 20 de novembro, como também previam as pesquisas.
Desde o ano passado Reino Unido, Holanda, Irlanda, Portugal e Dinamarca mudaram a cor política de seus governos como punição pela crise econômica. Os trabalhistas de Gordon Brown colheram nas eleições de 6 de maio de 2010 seu pior resultado desde 1983 contra os conservadores de David Cameron. O líder do Partido Trabalhista se demitiu depois das eleições gerais.
Na Holanda, o então primeiro-ministro democrata-cristão Jan Peter Balkenende perdeu nas urnas 20 assentos e registrou uma queda de eleitores que não havia sofrido nos 23 anos de vida de seu partido, a Democracia Cristã (CDA). Manteve-se no poder em um governo de coalizão. Pela primeira vez em 92 anos, um liberal ganhou o Executivo holandês.
Os resultados das eleições gerais na Irlanda em fevereiro deste ano confirmaram a queda do Fianna Fáil, partido dominante na política irlandesa desde a independência. Deixou de ser o partido mais votado para ser o terceiro lugar e perdeu 24% dos votos.
O Partido Socialista português não havia conhecido resultado pior nos últimos 20 anos até as últimas eleições de junho. O primeiro-ministro de saída, José Sócrates, foi o grande derrotado com 28% dos votos, contra 38,7% do Partido Social-Democrata.
Em setembro passado, os eleitores da Dinamarca acabaram com dez anos de governo de centro-direita apoiados pelo populista Partido Popular Dinamarquês (DF). O bloco opositor de centro-esquerda, encabeçado pela social-democrata Helle Thorning-Schmidt, ganhou as eleições gerais. Ao castigo dos eleitores na Europa, é preciso acrescentar a queda de Silvio Berlusconi como primeiro-ministro da Itália no último dia 12, depois que a UE e os mercados pediram sua cabeça ao presidente da República, Giorgio Napolitano, em troca de estender a mão para uma Itália quebrada.
A mesma sorte teve Yorgos Papandreou na Grécia. O chefe de governo grego ofereceu sua renúncia a contragosto a dois anos da legislatura para deixar lugar a um Executivo de união disposto a aprovar o resgate financeiro do país e a espantar o fantasma de uma falência e saída da Grécia e da zona do euro.
Às vésperas das eleições presidenciais de 2012 na França, o presidente Nicolas Sarkozy olha para os últimos resultados obtidos por seu partido, a União por um Movimento Popular, depois do avanço dos socialistas nas últimas cantonais.A chanceler Angela Merkel também conhece o sabor da derrota. Os social-democratas alemães obtiveram em fevereiro uma folgada maioria na cidade-Estado de Hamburgo e derrubaram a União Democrata Cristã (CDU) de Merkel quando a segunda legislatura da chanceler chegava ao seu equador. A coalizão de centro-direita levou outra surra nas eleições regionais.
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

Nenhum comentário: