terça-feira, 8 de novembro de 2011

DÓRICAS

História sem fim


DORA KRAMER - O Estado de S.Paulo
Surpresa não há. Pior, nem estranheza provoca a notícia de que mais um ministério, desta vez o do Trabalho, está infestado pela prática do uso privado do patrimônio público.
As urdiduras relativas ao desempenho heterodoxo do ministro Carlos Lupi - desde que armou uma briga com a Comissão de Ética Pública por causa do óbvio conflito de interesses decorrente do acúmulo das funções de ministro e presidente de partido, o PDT - já o colocavam na lista dos considerados "bola da vez".
Em setembro, reportagem do Estado mostrava como Lupi favorecia com cargos integrantes do partido que de fato nunca deixou de presidir e com verbas (R$ 11 milhões só com 2011) do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) centrais sindicais que, pela regra do Tribunal de Contas da União, não podem receber dinheiro público.
Prática, diga-se, herdada do governo de Fernando Henrique Cardoso. Na época, a Controladoria-Geral da União acumulou um fornido dossiê sobre repasses irregulares à Força Sindical. Com raiva, o presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, atacava a controladora, Anadyr de Mendonça, chamando-a de "mal-amada".
Paulo Pereira era candidato a vice na chapa de Ciro Gomes (em 2002). Atualmente é bajulado pelos tucanos interessados em ter um movimento sindical para chamar de seu.
Aquela investigação deu em nada e agora nota-se o resultado da condescendência.

Nenhum comentário: