quarta-feira, 9 de novembro de 2011

ENQUANTO ISSO OS PORCOS FAZEM FILA PARA SEREM DEGOLADOS

Faroeste caboclo


FSPO Distrito Federal teve quatro governadores no ano passado. José Roberto Arruda foi afastado em fevereiro, depois de aparecer num vídeo embolsando dinheiro numa transação suspeita -chegou a ser preso e foi cassado em março. Seu vice e sucessor, Paulo Octávio, não resistiu duas semanas e renunciou.
O cargo foi preenchido, então, pelo presidente da Câmara Distrital, Wilson Lima, substituído menos de dois meses depois, em abril de 2010, pelo suplente de deputado Rogério Rosso, eleito indiretamente para um mandato-tampão.
A eleição de Agnelo Queiroz (PT), no final do ano passado, parecia destinada a encerrar a novela. As recentes denúncias contra o governador indicam, entretanto, que novos episódios -e emoções- estão por vir.
O lobista Daniel Almeida Tavares disse ter pago, em 2008, propina de R$ 50 mil ao governador -então diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária- em troca de um certificado que autorizaria uma empresa do setor farmacêutico a participar de licitações. A mesma empresa doou, a seguir, legal e oficialmente, R$ 200 mil à campanha de Agnelo ao governo do DF.
Para reforçar a denúncia, o lobista apresentou um comprovante de depósito de R$ 5.000 na conta de Agnelo. Confrontado com a acusação, o governador admitiu ter recebido o valor, mas afirmou tratar-se da "devolução de quantia concedida em empréstimo à referida pessoa".
Chama a atenção o desprendimento do governador, que teria feito o empréstimo ao lobista -em sua versão, amigo de um amigo de longa data- sem nenhum tipo de registro a garantir a operação.
O futuro de Agnelo ainda é incerto, mas sua situação política vai se tornando cada vez mais desconfortável. O surgimento de novas evidências poderia deixá-lo em situa-ção insustentável.
O atual vice do DF, Tadeu Filippelli, ascendeu em sua carreira política sob a proteção do ex-governador Joaquim Roriz, com quem rompeu em favor de Arruda -de quem, por fim, se distanciou para apoiar Agnelo Queiroz.
A rocambolesca cena política do Distrito Federal parece assumir em determinados momentos feições de um "faroeste caboclo", do qual poucos conseguem sair ilesos -a começar pela própria capital, que só vê piorar a sua já difundida imagem de centro irradiador de maus costumes políticos.

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