Alunos da USP farão protesto para exigir debate com reitor
Mobilização ocorre no dia da implantação de base móvel da PM
FSP
Estudantes da USP em greve desde a semana passada marcaram para hoje, dia da implantação de uma base móvel da Polícia Militar na Cidade Universitária, na zona oeste de São Paulo, um protesto em frente à reitoria.
Os alunos afirmam que o ato, às 16h, tem o objetivo de pressionar o reitor João Grandino Rodas a ir a uma audiência pública marcada para as 18h de hoje, no prédio da Faculdade de Geografia.
O DCE (Diretório Central dos Estudantes) afirma que o convite para o reitor foi enviado por e-mail durante o feriado prolongado e, até o final da tarde de ontem, Rodas ainda não havia respondido.
A reportagem tentou entrar em contato com o reitor para saber se ele comparecerá, mas não obteve resposta.
MILITARIZAÇÃO
Os estudantes afirmam que pretendem conversar com Rodas sobre o que chamam de "processo de militarização da universidade", com a assinatura de um convênio que permitiu à PM fazer rondas na Cidade Universitária.
Os alunos em greve criticam a falta de consulta da comunidade sobre o convênio e defendem a adoção de programa alternativo de segurança, sem a PM no campus.
Também pretendem abordar a retirada "truculenta", segundo eles, dos estudantes que ocupavam o prédio da reitoria havia uma semana.
Os invasores foram retirados no dia 9 por 400 policiais, que se valeram de cavalos e um helicóptero na operação.
O convênio com a PM foi firmado depois que o estudante Felipe Ramos Paiva, 24, foi morto no estacionamento da FEA (Faculdade de Economia e Administração da USP) durante tentativa de assalto.
Os alunos em greve pedem a saída da PM -alguns dizem ter sido vítimas de abordagens "constrangedoras" pelos policiais. A PM diz que um estudante registrou queixa.
A maioria dos alunos se diz favorável às rondas policiais, conforme pesquisa Datafolha publicada no domingo -58% aprovam a PM no campus, enquanto 36% desaprovam.
BASE POLICIAL
A base móvel da PM, programada para ser instalada hoje, vai substituir um dos veículos da polícia (quatro, ao todo), mantendo os nove policiais fixos que atuam no campus, desde a assinatura do convênio. Os policiais também vão receber treinamento em direitos humanos.
(TALITA BEDINELLI)
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