quinta-feira, 3 de novembro de 2011

REINALDO AZEVEDO

Quando Zé Dirceu chorou. Ou: TENHAM COMPOSTURA E VERGONHA NA CARA, POR FAVOR!

Daqui a pouco será preciso editar um “Manual do Decoro para Quando Autoridades Declararem que Estão com Câncer”. Agora é José Dirceu quem decidiu demonstrar que pode ser um homem terno
Eva, a “companheira” que é companheira de Dirceu, informa a coluna de Mônica Bergamo, “disse a amigos” que “viu o namorado chorar”, pela primeira vez em quase uma década, ao saber da doença de Lula. A fórmula “disse a amigos” foi consagrada pelo colunismo de notas como sinônimo de “disse a mim, mas vou fazer de conta que não foi”.
Informa ainda a coluna:
“José Dirceu e sua namorada, Eva, passaram o dia das bruxas na pousada Triboju, em Fernando de Noronha, fechada para eles e outros 25 amigos. O grupo, na verdade, comemorou o aniversário dela, que pesquisa a mudança do ciclo lunar para escolher o local da celebração. Os donos da pousada, Ricardo e Durval Lelys, do Asa de Águia, deram as diárias de presente aos convidados de Eva. Foi lá que souberam do câncer de Lula.”
Entendo
Pensem um pouquinho: qual é o objetivo de “vazar” uma informação como essa? Demonstrar que Dirceu é um amigão do peito de Lula, seu amigo de fé, irmão, camarada, quem sabe o… Bem, paro por aqui nas especulações.
A falta de decoro envolvendo a doença de Lula não me espanta. Essa gente não é mais decorosa na saúde e na alegria; não teria razões para sê-lo na tristeza e na doença.
Homens públicos que realmente choram uma dor privada mantêm privada a sua dor. Ponto! O resto é exploração política asquerosa. Dirceu está pegando carona na doença do “companheiro”. Para uma comemoração do Dia das Bruxas, vá lá, faz sentido.

Nenhum comentário: