sábado, 5 de novembro de 2011

REITOR: CRIE CORVOS E ELES COMERÃO TEUS OLHOS

Reitoria aceita prorrogar desocupação do prédio da USP


RAFAEL SAMPAIO - FSP 
A reunião convocada pela Justiça entre os estudantes que invadiram a reitoria da USP e representantes da universidade ocorrida neste sábado no Fórum Hely Lopes Meirelles, no centro de São Paulo, terminou com a prorrogação do prazo para que os alunos deixem o prédio.
A reitoria aceitou adiar até as 23h da próxima segunda-feira (7) a desocupação do prédio. A Folha adiantou que os estudantes tentariam negociar um prazo maior para a desocupação do prédio.
O aumento do prazo de desocupação foi avaliado como uma abertura de diálogo com a reitoria, afirma o advogado dos estudantes Vandré Ferreira. Ele disse que os universitários vão convocar uma assembleia geral para segunda-feira e discutir a saída ou não do prédio da USP. Segundo ele, os manisfestantes precisam "avaliar um possível acordo acerca da ocupação até esta segunda".
O procurador-geral da USP Gustavo Ferraz Môncaco, afirma que a reitoria vai aguardar o resultado da reunião dos estudantes para notificar à Justiça. Ele não descarta o uso da força policial caso os alunos insistam em manter a invasão.
A reitoria não cogita revogar o convênio com a Polícia Militar, afirma o professor Wanderley Messias da Costa, superintendente institucional da USP. "O que a universidade quer discutir com eles é o detalhamento desse convênio".
A reintegração de posse do imóvel foi determinada na sexta-feira (4). Os estudantes teria até as 17h deste sábado para deixar o local. Caso a reintegração não ocorra no prazo, a Justiça autorizou, como "medida extrema", o uso de força policial.
Na sexta, os estudantes que invadiram a reitoria se reuniram com representantes da universidade, mas não houve acordo. Na reunião, a reitoria propôs a criação de dois grupos de trabalho mistos --de funcionários, estudantes e representantes da reitoria.
Segundo a administração, o primeiro grupo analisaria os processos administrativos que correm contra alguns funcionários e alunos. O segundo, que deve contar com a participação de pesquisadores do Núcleo de Estudos da Violência e do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas da universidade, visa discutir "o plano de trabalho que vai integrar o convênio assinado entre a Universidade e a Polícia Militar".
Ainda segundo a reitoria, a constituição desses grupos e o início dos trabalhos estão condicionados à desocupação do prédio. Os estudantes, porém, não aceitaram.
A invasão do prédio começou por volta da 0h de quarta (2) e foi realizada por um grupo descontente com a decisão da assembleia dos alunos de desocupar o prédio da administração da FFLCH (Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas) --invadido na quinta-feira (27) e desocupado ontem.

PM
A invasão na FFLCH teve início após um confronto entre estudantes e policiais militares. A briga ocorreu após a PM deter três alunos que estariam fumando maconha dentro de um carro, no campus. Eles foram levados à delegacia e liberado em seguida. Os estudantes, no entanto, passaram a protestar pela saída da PM.
Esse foi o primeiro problema envolvendo policiais e universitários desde que a PM passou a fazer a segurança do campus, há quase dois meses. O convênio entre a corporação e a USP foi assinado para tentar reduzir a criminalidade no local. Em maio, o estudante Felipe Ramos de Paiva, 24, morreu baleado numa tentativa de roubo.
Apesar dos pedidos de retirada da PM, na terça-feira (1º), um ato a favor da permanência da polícia no campus reuniu cerca de 300 pessoas na praça do Relógio, na Cidade Universitária. Entre os participantes estavam alunos dos cursos de economia, administração, letras, filosofia e história.
O evento foi marcado pelos alunos no Facebook. De acordo com o texto na rede social, o movimento repudia a ocupação de prédio administrativo da FFLCH e o confronto ocorrido com a polícia no dia 27.

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