quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A RÚSSIA, PUTIN E A CRISE

Putin defende união da elite russa para enfrentar turbulência

Às vésperas da eleição, premier elogia o próprio estilo de liderança

O Globo
MOSCOU - A duas semanas das eleições legislativas, o primeiro-ministro Vladimir Putin advertiu que a elite russa deveria se unir para garantir a estabilidade do país diante de um mundo incerto, marcado pela crise econômica e turbulências políticas. Em discurso no Parlamento, Putin se referiu à crise do euro e às revoltas árabes como um mar revolto e pediu a união do partido para enfrentar a tempestade, com ele ao leme.
Putin defendeu seu estilo de liderança, atacado por opositores por construir um sistema político que se baseia fortemente em sua popularidade e no alto preço do petróleo.
— Temos muitas incertezas e riscos à frente e numa tempestade, num mar revolto, em condições de crise, é muito importante que todo o time trabalhe de forma coordenada para que o barco não vire — disse Putin. — A estabilidade do país, sua soberania, a prosperidade do seu povo são coisas que deixam interesses partidários ou de grupos para atrás.
Premier é vaiado em estádio de Moscou
O discurso foi feito na última sessão do ano da Duma, a Câmara baixa do Parlamento, e a dias das eleições do dia 4, que devem ser vencidas pelo partido do premier. Para Putin, a oposição "não vai balançar o barco" e o conjunto de desafios diante do país faz necessário que as autoridades "segurem o leme com firmeza".
O primeiro-ministro fez uma careta diante de parlamentares da oposição que não se levantaram diante de sua entrada, mas agradeceu a todos, aos "que se levantaram e àqueles que consideraram impossível ou desnecessário fazê-lo".
Aos 59 anos, Putin está no comando do país há 12 anos, primeiro como presidente e depois como premier. É dada como certa a sua vitória nas eleições presidenciais de março, o que lhe daria mais um novo mandato de seis anos. As pesquisas mostram que ele é o político mais popular do país — embora tenha sido vaiado no domingo, num evento de artes marciais, em Moscou. Para adversários, pode ser o indício de que a maré pode começar a mudar

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