terça-feira, 22 de novembro de 2011

A USP E O ENADE

USP rediscute sua participação no Enade


Universidade é a única do país a não realizar exame nacional para alunos de graduação; grupo estuda a inclusão em 2012
Uma das alegações para a ausência é que não é possível diferenciar se curso é deficiente ou se alunos fazem boicote

FÁBIO TAKAHASHI - FSP
Única universidade do país que não participa do Enade (exame nacional para alunos de graduação), a USP rediscutirá em 2012 sua posição.
A reitoria informou que um grupo de trabalho criado na gestão do reitor João Grandino Rodas apresentará no primeiro semestre do ano que vem os resultados da sua análise sobre a prova no Conselho de Graduação. O órgão é o responsável pelo tema.
A informação foi dada pela assessoria de imprensa da USP, que afirmou que a pró-reitoria de graduação estava atarefada e não conseguiria responder a todos os questionamentos ontem -como os motivos para a não adesão ao exame, criado em 2004.
Em 2009, houve discussão interna sobre o Enade, e a decisão foi de se manter fora. À época, a direção da universidade disse que um dos principais problemas era que o sistema não permitia diferenciar se o curso mal avaliado tinha deficiências ou se os estudantes boicotaram a prova.
Essa também é uma das críticas das instituições privadas, que, diferentemente das escolas estaduais, são obrigadas pela legislação federal a entrarem no Enade.
O Ministério da Educação não se manifestou ontem.
Nos bastidores, integrantes do MEC afirmam que a motivação da USP é política. Dizem que os governos tucanos no Estado querem evitar fortalecer de sistema das gestões petistas de Lula e Dilma.
Dirigentes do ministério lembram que a universidade participava do Provão do governo tucano de FHC.
Eles reclamam, também, que já atenderam a várias demandas da USP.
Uma das principais era que o exame avaliava apenas alunos escolhidos por amostragem, o que poderia deixar as notas inconsistentes. Agora, todos devem fazer o exame.
A assessoria da USP disse que esse era apenas 1 de 13 pontos levantados pela escola, mas não citou os outros.

UNICAMP
A mudança na quantidade de alunos avaliados foi um dos principais fatores para a Unicamp ter aderido ao exame, no ano passado. Dados divulgados semana passada colocaram a escola como a melhor universidade do país.
"O sistema de avaliação deve melhorar, mas vimos que só poderíamos contribuir se aderíssemos ao sistema", disse o pró-reitor de graduação da Unicamp, Marcelo Knobel.
"Com o seu peso, a USP forçaria o sistema a melhorar", afirmou Ocimar Alavarse, pesquisador da Faculdade de Educação da USP, especialista em avaliações de ensino.

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