terça-feira, 1 de novembro de 2011

VIAGENS CABRALINAS - O RIO DE JANEIRO NÃO MERECIA ISSO...

Cabral faz sua sexta viagem internacional

O Globo
RIO - Pela sexta vez este ano, o governador Sérgio Cabral se ausenta do cargo para fazer uma viagem internacional. Desta vez, o destino é Lisboa, em Portugal, onde chega nesta terça-feira para dois dias de agenda. Segundo sua assessoria de imprensa, o governador aproveitou o feriado de sexta-feira (Dia do Servidor Público) para embarcar para a Europa com a mulher, Adriana Ancelmo. O nome do país não foi divulgado. Ele estará de volta ao Rio na manhã de quinta-feira.
No palácio, as informações eram desencontradas na segunda-feira sobre quem assumiu o lugar de Cabral e desde quando. No fim de semana, ainda de acordo com a assessoria de imprensa do estado, o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, assumiu interinamente o lugar de Cabral. No entanto, também na segunda-feira, a assessoria do próprio Pezão informava que ele pedira afastamento das suas funções de vice, na sexta-feira, pelo período de uma semana, para cuidar da saúde - pois suas taxas de colesterol e triglicerídeos estão alteradas. Pezão descansa num spa em Cantagalo.
Já a assessoria do deputado Paulo Melo informa que ele assumiu o cargo de governador interinamente na segunda-feira, mas no fim de semana teria representado, não oficialmente, o governo do estado em eventos políticos. Um desses eventos foi a assinatura para o início das obras da Cedae de implantação do sistema de abastecimento de água em Saquarema, reduto eleitoral de Melo.
Em Lisboa, Cabral terá uma reunião na empresa Carris, que administra os bondes elétricos na capital portuguesa e assinará o termo de cooperação técnica para que o sistema português seja aplicado em Santa Teresa. Cabral fará ainda uma palestra para empresários portugueses destacando oportunidades de negócios e investimentos no Rio e se encontrará com o primeiro-ministro português.


Ninguém é de ferro. Mas Cabral é particularmente frágil

Ricardo Noblat - O Globo
Existe alguma norma, estatuto, código ou lei que limite o número de viagens de lazer a serem feitas por um servidor público no período de um ano?
Ou existem servidores e servidores - uns só podem sair de férias uma vez por ano, outros quantas vezes queira?
Pela sexta vez somente este ano, o governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, largou o cargo para viajar ao exterior. Desta vez foi a Lisboa, onde passará dois dias trabalhando a partir de hoje, segundo sua assessoria.
Fará uma palestra para empresários. Conversará com técnicos sobre os bondinhos de Santa Teresa.
É fato que ele aproveitou o feriado da última sexta-feira (Dia do Servidor Público) e embarcou com a mulher para outra cidade européia. Mas a assessoria não informa qual. Nem o dia que ele embarcou.
Em compensação, informa que no fim de semana o vice-governador Luiz Fernando Pezão assumiu o lugar de Cabral - de resto como sempre costuma fazer, chova ou faça sol. Se chover então...
Temos aí um probleminha.
Digo probleminha por que se poucos ligam para graves desvios de conduta dos nossos governantes quantos ligarão para o hábito de um governador de abandonar seu Estado sempre que possível?
O probleminha: ontem, a assessoria de Pezão revelou que ele se afastara das funções de vice na última sexta-feira para ir cuidar da saúde. Descansará por uma semana em um spa de Cantagalo.
Nada mais justo e merecido.
Logo... Logo Pezão não substituiu Cabral.
Não é possível que a assessoria de Cabral ignorasse isso.
A assessoria de Paulo Melo (PMDB), presidente da Assembléia Legislativa do Rio, apressou-se a dizer que na ausência de Pezão foi ele que assumiu a vaga de Cabral. E até assinou decretos autorizando obras.
Na verdade, o mais provável é que o Rio tenha ficado sem governador de fato durante dois ou três dias - mas quem liga ou quem se deu conta?
Não cobrem da assessoria de Cabral maior transparência sobre o que seu assessorado faz ou deixa de fazer. Ela cumpre ordens.
As assessorias têm seu santo de devoção - São Ricúpero. Que em definitivo ganhou um lugar nos altares ao proclamar:
- O que é bom a gente mostra. O que é ruim a gente esconde.

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