Homo Sapiens?
João Bosco Leal*
Em
um jornal desta semana, li que o comentarista esportivo Galvão Bueno,
tentando definir sua importância no País, dirigiu-se ao jornalista sueco
Henrik Brandão Jönson - que lançou um livro sobre futebol no Brasil - e
declarou: "Sou um popstar. Sabe o Bono Vox? Sou o Bono Vox daqui".
Sua
declaração é tão arrogante e distante da realidade, que só pode ser
comparada às de nossa Presidente da República e de seu antecessor.
Entretanto, antes da Copa, além de Dilma Rousseff Lula e Galvão, essa
postura era generalizada entre todos os jogadores brasileiros da seleção
de futebol e da equipe técnica.
Na
Europa, a presidente declarou, diante vários líderes políticos mundiais
e de centenas de jornalistas, que o Brasil realizaria a Copa das Copas e
Lula disse que se perdêssemos a copa em casa, viria da África ao Brasil
nadando.
De
que serviu tanta arrogância se o que demonstramos foi exatamente o
inverso? O time brasileiro chegou ao quarto lugar por mera fatalidade,
pois pelo futebol pífio que apresentou, não deveria ter passado sequer
das quartas de final.
Lula,
o eterno bêbado, não apareceu para dar mais nenhuma declaração imbecil e
muito menos para honrar sua palavra, cumprindo a promessa de cruzar o
Oceano Atlântico a nado. Ainda bem, pois como disse um jornalista
europeu, certamente causaria indigestão nos tubarões.
Nosso
time não foi humilhado pelos alemães somente no placar de 7 a 1. Maior
humilhação foi a lição de civilidade e educação que deram antes, durante
e depois do jogo, ao demonstrar respeito para com o adversário e se
integrarem com o povo brasileiro e, com isso, ganhando a simpatia da
população humilde dos bairros que visitaram. O mesmo ocorreu com os
japoneses, que ao saírem dos estádios de futebol, recolhiam o lixo
deixado pelos brasileiros e outros povos que assistiram àquele jogo.
No
município de Santa Cruz Cabrália, no sul da Bahia, onde estavam
concentrados, os alemães construíram, no resort da Vila de Santo André, o
próprio campo de futebol e toda a estrutura que julgavam necessária
para seus treinos e depois, deixaram tudo como legado ao local. No final
da Copa, o time alemão também deu de presente à Comunidade Indígena
Pataxó da aldeia Nova Coroa, no sul da Bahia, um cheque de 10.000 Euros
para a compra de uma ambulância.
A
Federação Alemã de Futebol também doou, para a Escola Municipal de
Santo André, onde estudam setenta alunos, material escolar, móveis e 25
bicicletas no valor de R$ 3.000,00 cada - que haviam sido trazidas para
que os jogadores andassem pela região (os nossos só andam em carros
importados) -, além de patrocinar o plantio de grama no campo de várzea
da Vila. As bicicletas deverão ser vendidas e o dinheiro aplicado em
projetos sociais da comunidade local.
Lula,
o bêbado de plantão, e a Presidente Dilma, pelo contrário, além de
patrocinarem um incalculável desperdício de dinheiro público em obras
faraônicas que, em sua grande maioria, de nada servirão a partir de
agora, só envergonharam o país. Primeiro com as declarações
inacreditáveis para um chefe de Estado e depois pelo comportamento.
Ao
assistir a final da Copa ao lado de vários líderes mundiais, entre os
quais Angela Merkel, chanceler da Alemanha, que jogava contra a
Argentina, a Presidente Dilma Rousseff foi incapaz de sequer
cumprimentar a alemã quando esta se levantou para comemorar o gol de sua
equipe.
Interessante como, apesar de serem considerados Homo Sapiens, certos indivíduos são capazes de tantas atitudes estúpidas.
*Jornalista, escritor e empresário
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