sábado, 19 de julho de 2014

JOÃO BOSCO LEAL

O país em que vivemos.
A humilhante derrota do Brasil para a Alemanha na Copa do Mundo da FIFA, realizada em nosso próprio país, certamente servirá para trazer à tona a realidade em que estamos vivendo. Palavras como frustração, decepção, humilhação e tristeza foram as que mais ouvi e li após o jogo.
As declarações da nossa presidente de que esta seria a "Copa das Copas" e de Lula afirmando que se o Brasil perdesse viria da África ao Brasil nadando já haviam sido motivo de chacota por todo o mundo. Um vídeo que circula na internet mostra uma jornalista europeia rindo tanto das declarações de Dilma sobre a copa que faríamos, que pediu ajuda para terminar o texto que lia, enquanto outro declarava que durante a travessia de Lula, os tubarões poderiam passar mal.
Entretanto, durante os dias em que a copa se realizava e nosso time ganhava, a mesma população que há dias vinha realizando diversos tipos de protestos, bem como todos os meios de comunicação, deixou de falar ou de dar ênfase, a nossos verdadeiros desastres internos como os que vivemos na saúde, educação, segurança pública, infraestrutura e PIB.
Antes desse jogo ouvi uma Petista, que comentava sobre os protestos, afirmar que os problemas de um país não poderiam ser resolvidos em uma única semana, pois haviam sido causados por governos anteriores, mas que seu partido havia feito muito pelo país.
Esquece-se, porém, que este partido já governa o país há 12 anos e que, neste período, conforme dados do próprio IBGE, a qualidade do ensino no país despencou a tal ponto que, mesmo sendo a sétima economia do mundo, estamos na penúltima colocação do ranking mundial da educação. A saúde pública nunca esteve tão mal, a segurança pública piorou muito, o PIB brasileiro é um dos piores do mundo e atualmente, mesmo que pudesse, o país estaria impossibilitado de crescer por falta de infraestrutura energética, rodoviária e portuária.
Porém, nos governos do PT, este país ainda é capaz de financiar a construção de um porto em Cuba e rodovias, aeroportos, usinas hidrelétricas e redes de distribuição de energia em outros países, além de propiciar o enriquecimento de líderes do partido, com fortunas incalculáveis para os padrões brasileiros.
A grande maioria da população - que tem no futebol, no samba e na bebida, seu pão e o circo -, é facilmente manobrada pelo partido que a governa por ser pouco informada e praticamente analfabeta. Essa massa populacional acreditava que ganhar a Copa bastaria para o Brasil se transformar em uma grande potência da humanidade, tanto que quando o país ganhou os primeiros jogos disputados na copa, as pesquisas de opinião indicaram um aumento de 4% na intenção de voto em favor da reeleição da atual presidente.
Diferente do que ocorre em qualquer empresa privada do mundo, onde é preciso trabalhar para ganhar e trabalhar mais ainda para ser promovido e ganhar mais, uma grande parcela dos brasileiros está acostumada - através dos mais diversos tipos de "vales" - a ser sustentada pelos que trabalham e pagam impostos e, com medo de que isso acabe, continua reelegendo os que aí estão. Isso me leva a crer que essa massa, em sua grande maioria, é preguiçosa, preza mais a Bolsa Família que a moralidade e, se estivesse no poder, faria as mesmas coisas, agiria da mesma forma que os safados oficiais.
E como na seleção brasileira de futebol, ficou claro que o Poder Judiciário também dependia de um só homem, pois assim que os dois saíram, tanto o time quanto a justiça sofreram transformações radicais. Diante dessa realidade, ao final do jogo em que o Brasil foi derrotado, o jogador David Luiz declarou: "Só queria ver meu povo feliz, pelo menos por causa do futebol". 
O povo só será feliz quando tiver educação necessária para saber votar e exigir seus direitos.
João Bosco Leal*      www.joaoboscoleal.com.br
*Jornalista, escritor e empresário

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